É importante estudar Direito Romano? – Instituições de Direito Romano

“Em uma civilização extasiada ante as promessas difusas de uma tecnologia imprescindível, hipnotizada pela informática, que se sente forte e livre de toda raiz, que sentido poderia ter recordar as instituições da antiga Roma? Em um esquema de valores no qual a prioridade é ganhar dinheiro, poder e fama, a quem poderia ocorrer perder o curto tempo da vida em algo tão pouco rentável? Na cultura da superficialidade, para que serve o mergulho, o aprofundamento?” 

Ricardo Rabinovich-Berkman
(Derecho Romano, 2001, p. 11)

É possível estudar Direito Romano sem saber latim? E sem saber inglês?

Grande parte da literatura sobre Direito Romano é em língua estrangeira. Infelizmente, os estudos e a produção bibliográfica em português são relativamente escassos quando comparamos com o que existe em outros idiomas.

Como inglês é a língua estrangeira mais difundida e mais acessível à maioria dos alunos, boa parte do que iremos disponibilizar e estudar ao longo deste sementre será em inglês. Também haverá um ou outro material em espanhol. Sempre que possível, daremos preferência, claro, ao que houver em português.

Mas todas as fontes primárias do direito e da cultura romanas estão em latim. Será que é possível estudar direito romano sem saber nada de latim? Para um trabalho introdutório como o nosso não há nenhum problema.

Entretanto, para estudos acadêmicos “de verdade” (o nosso é de verdade também!), ou seja, para a realização de pesquisas, pós-graduação e aprofundamentos, o latim é indispensável.

Vamos tentar ler um texto bem simples e introdutório?

Leitura em latim

Haec puella est Cornelia. Cornelia non est alta. Cornelia non est magna. Cornelia est puella parva. Haec puella est puella pulchra et bona quoque. Cornelia non est puer; est puella parva. Cornelia non est magistra. Cornelia est discipula. Haec puella non est discipulus; est discipula.

Haec est magistra. Haec non est magister. Haec est femina et magistra. Haec non est discipula, non est discipulus. Haec est magistra. Cornelia est discipula.

“Salve, magistra.”
“Salve, Cornelia. Cornelia est puella bona.”
“Magistra quoque est bona. Vale, magistra.”
“Vale, Cornelia.”

Entenderam alguma coisa? Quais características do latim são semelhantes ao português? Quais são diferentes? Conseguiu perceber?